Afresco da Anunciação de Nossa Senhora. Observe o detalhe do lírio representando Maria Santíssima saudada como “Ave” pelo Arcanjo São Gabriel, da pomba representando o Espírito Santo por cuja obra o Espírito Santo se encarnou no ventre puríssimo a Palavra, o Verbo Divino.
Afresco da Visitação de Nossa Senhora. Observe o detalhe do lírio representando Maria Santíssima adentrando pela porta da casa de Zacarias e Isabel.
Afresco do Nascimento de Jesus. Observe o detalhe da estrela que encima* o presépio, do cajado representando São José, do lírio representando Nossa Senhora e do Menino Deus sobre a manjedoura, representado pelas letras gregas X:
khi – que constitui o nosso “c”, P: rhô – que constitui o nosso “r”. ☧ significa portanto CR, as inicias de “Cristo”.
Afresco da Apresentação do Menino Jesus no templo, representado pelas letras gregas XP, iniciais de CRisto, sob uma especie de cúpula, e da Purificação de Nossa Senhora, representada pelo lírio.
A estrela faz menção ao cântico de Simeão: “Deixai, agora, vosso servo ir em paz, conforme prometestes, ó Senhor.
Pois meus olhos viram vossa salvação que preparastes ante a face das nações: uma LUZ que brilhará para os gentios e para a glória de Israel, o vosso povo”.
Afresco do Reencontro do Adolescente Jesus no templo. Observe o detalhe da cúpula do templo.
Observe as iniciais gregas do nome Cristo, PX, simbolizando-o, sentando numa espécie de trono, ladeados por Maria, representada pelo lírio, e por José, representado pelo cajado, que o reencontraram depois de três dias de procura, no templo, entre os doutores da lei, representados pelas tábuas dos 10 mandamentos.
Afresco do Batismo de Jesus por São João Batista, no rio Jordão, e da Agonia de Jesus.
Observe o detalhe do pequeno cálice ao lado da cruz: “Ó Pai, se é possível, afasta de mim este cálice…”
Afresco da Santa Ceia, que ocupa quase todo o presbitério.
Afresco da Flagelação de Jesus. Observe o detalhe da pequena guasca e da coluna atrás da cruz.
Em cima, as estações da Via-Sacra retratando a Condenação, o carregamento da cruz, a primeira queda e o encontro com a Mãe no caminho do Calvário.
Afresco da Coroação de Jesus com uma coroa de espinhos. Observe o detalhe da coroa sobre a cruz.
Em cima, as estações da Via-Sacra retratando Cirineu, Verônica e a segunda queda…
Afresco de Jesus carregando a cruz. Observe o detalhe da cruz inclinada atrás da grande cruz.
Em cima, as estações da Via-Sacra retratando as mulheres de Jerusalém, a terceira queda, o despojamento das vestes e a crucificação.
Afresco da Crucificação e Morte de Jesus. Observe o detalhe da cruz com um cálice, a Nova Aliança constituída pelo sacrifício de Jesus, donde jorra vida e salvação para todos.
Em cima, as estações da Via-Sacra que retratam a Morte de Jesus, o descimento de seu corpo da cruz sendo colocado no colo da Mãe, e o seu sepultamento.
O autor dos afrescos – Arystarch Kaszkurewicz.
Arystarch Kaszkurewicz nasceu na Polônia. Era pós-graduado em Direito em Varsóvia e cursou Belas Artes na Alemanha.
Arystarch fugiu da Europa por ocasião da Segunda Guerra Mundial, tendo perdido, durante a ocupação alemã, as duas mãos e o olho esquerdo. Morou no Brasil desde 1952, acompanhado de sua esposa Ludmila e seu filho Eugenius. Realizou trabalhos em 28 cidades brasileiras, até sua morte, em completo anonimato, em 1989 por ataque cardíaco.
Por sua deficiência, o artista chegou a ser chamado de “ segundo Aleijadinho”. Na maior parte anônimo, o acervo de Kaszkurevicz ainda está sendo mapeado. A surpreendente forma como usava os pulsos para fazer as obras de arte acabaram por criar um estilo inconfundível, com a predominância de formas retas.
Fez trabalhos em vitrais, pastilhas, e projetou ele próprio seus instrumentos de trabalho, mediante as limitações físicas; durante o trabalho, amarrava seus instrumentos junto ao corpo, como se fossem uma extensão dele.
Sabe-se que Arystarch estudou artes na Alemanha e falava nove idiomas. Sua chegada ao Brasil, na década de 50, foi a pedido das Casas Conrado Sorgenicht, especializada no ramo de vitrais, pois nessa época existia um decreto que proibia a entrada de portadores de deficiências físicas no país. Arystarch desembarcou em São Paulo mediante uma autorização especial assinada pelo presidente Getúlio Vargas. Veio acompanhado de sua esposa e de seu único filho, Eugenius, depois professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e funcionário do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Arystarch fez seus primeiros trabalhos numa casa especializada em vitrais em São Paulo. Mas a maioria de suas obras leva a assinatura da Casa Conrado, para a qual trabalhava. Por esse motivo, o artista anônimo deixava em suas obras traços e símbolos muitas vezes conhecidos pelos amigos mais próximos. Mas, o anonimato jamais o perturbou.
Fez diversos trabalhos em Campinas, entre eles os vitrais da Igreja de Santa Rita de Cássia, no bairro Nova Campinas, e os murais do Liceu Salesiano, no bairro Taquaral onde utilizou 300 mil pastilhas para formar a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora.
Além de Campinas, Arystarch trabalhou também nas cidades de Americana, Jundiaí, Santo André, Itatiba, São Paulo, Itatiaia, Rio de Janeiro, Cuiabá, Passo Fundo, Erechim, Fortaleza.